Recomendações de Leitura Dia da Mulher [01/04]

terça-feira, 8 de março de 2016


Saudações, jovens pinguinzinhos! 

Quem vos fala escreve nesta introdução é a Elyon Somniare, e não me irei alongar muito. Sabem que dia é hoje? Oito de Março, Dia da Mulher, e se não sabem a razão, aconselho a procurarem no Google, porque é algo sempre bom de se saber. Mas mais do que a razão histórica para dar importância à data, temos a razão social que ainda hoje, infelizmente, justifica a importância deste dia. Não, não nos iremos alongar sobre isso, não só porque daria pano para mangas, como também por não ser esse o foco do blog. A Liga, contudo, não quis deixar passar a data em branco, e por que não lançar algumas recomendações de leitura durante este mês? Com isso em mente, fizemos um apelo aos nossos betas, que prontamente lhe responderam. Serão quatro posts extra a saírem durante este mês Março, três com recomendações de livros, um com recomendações de fics no Nyah! (e uma surpresa que saberão na altura, ahah).

Antes de continuarem, contudo, peço que tenham atenção a duas coisas: as recomendações são variadas e destinadas a várias idades e gostos. Então, ao pensar “Como assim, colocaram livro X ao nível de livro Y, como pode!?” lembrem-se que o livro X pode não ser eeeeessa coisa para vocês, mas que o será para alguém de uma idade diversa, de uma experiência de vida diversa, de um gosto literário diverso, etc. A segunda coisa é que todos os betas que deram recomendações responderam ao apelo. Não houve nenhum beta que respondeu e foi ignorado, therefore, gostaria de não os ver a serem desmerecidos por conta da sua sugestão que vai contra o vosso gosto ou opinião ou pelo seu género, ok? Obrigada ;) 

“Jogos Vorazes”, Suzanne Collins
(Rodrigo Caetano)

Não apenas um, mas três livros contando a história de uma das personagens femininas mais marcantes dos últimos tempos, a saga de Jogos Vorazes nos apresenta a Katniss Everdeen, uma adolescente forçada a agir como adulta pela dura realidade que assola o mundo em que vive. Escolhida como símbolo de uma revolução de proporções maiores do que ela poderia imaginar, essa história é sobre uma mulher e não sobre o ícone que se constrói a sua volta, e isso faz com que ela seja uma das personagens femininas favoritas dos jovens nos últimos tempos. Isso e o fato de ela ser (insira aqui um palavrão que sirva para exaltá-la), além de ter os dois homens de sua vida babando por ela.

“Tereza Batista Cansada de Guerra”, Jorge Amado
(Enrique Buendía)

Eu sempre choro ao ler um livro do Jorge Amado, mas Tereza... foi um dos que mais conseguiu me arrancar lágrimas; Tereza é uma mulher que conhece a fama e a miséria, foi prostituta (liderou uma luta ao lado de prostituas, inclusive), foi vendida quando era uma adolescente, matou um homem com a faca da cozinha, não suportava ver homem batendo em mulher, enfim, uma mulher incrível. Acho que ela é a mais completa do Jorge Amado porque ela consegue reunir aquilo que as demais possuem e, assim, se sobressai, lutando por aquilo que quer, destemida, umbandista, guerreira, enfim, acho que é uma grande mulher pra ser homenageada no dia 8 de março.

“Chocolate”, Joanne Harris
(Ana Luísa Coelho)

"Chocolate" é um livro maravilhosamente doce da Joanne Harris. Toda a gente conhece o filme, ou já ouviu falar dele, porque tem o Johnny Depp no meio do elenco. Tendo lido apenas o livro, nem vos sei dizer qual personagem ele deveria interpretar porque, apesar de haver vários homens importantes em momentos diferentes, nenhum rouba o foco à protagonista e à sua filha, nunca. Este é um livro verdadeiramente próximo do que é ser-se mulher, e quem comentar que é por ter a ver com chocolate e comida e cozinha vai apanhar! Ficamos a conhecer uma mulher e a sua filha, o amor que as une, a sua forma de viver e o que trazem ao mundo por serem como são. O chocolate surge num contexto delicioso e com descrições tão vívidas que o leitor se sente na loja de chocolates da protagonista a toda a hora. É um livro com mulheres, sobre mulheres, mas para qualquer pesaoa de qualquer género. A história é simples, mas bem descrita, e tem pontos fortes que se ligam bem à realidade de qualquer pessoa, mesmo, para os notar e reavaliar, que a pessoa tenha ainda de matutar sobre o livro por alguns dias. Esses dois dias serão dias felizes. Adorei devorá-lo. É raro encontrarmos livros com protagonistas femininas que sejam sobre a vida delas, e como ela é boa através dos seus esforços e ideias, e não sobre como a vida delas melhora com algum par romântico. Romance não entra sequer na equação e garanto que ninguém, nem os românticos fervorosos como eu, lhe sentirão a falta. Recomendo muito este livro. Espero que também gostem dele.

“A Hora da Estrela”, Clarice Lispector
(Enrique Buendía)

O último da Clarice, conhecido pela sua personagem Macabea, uma mulher que, confesso, me deixou muito chocado, Macabea é uma nordestina que vai para o Rio depois da morte de sua única parente, uma tia, mas ela mal tem consciência de existir, vive apenas a sua vida pacata e sem ambições, ingênua e desamparada, uma mulher que “ninguém a quer” e que “não faz falta a ninguém”. A história narrada também é muito crua, com aquele intimismo da Clarice, mas não tão forte, e com uma jogada que vale a pena ser mencionada, a autora cria um narrador homem porque “escritora mulher pode lacrimejar piegas”, ou seja, sendo ela uma escritora mulher, faz todo um jogo irônico com a imagem de que a mulher, por descrever uma história triste, chora. Com a revelação de uma cartomante de que teria um futuro brilhante, Macabea tem a sua hora da estrela bem mais cedo e de forma surpreendente, algo que nos faz parar para pensar.

“Memórias de uma Gueixa”, Arthur Golden
(Dark Lace)

A história mostra a adaptabilidade feminina e sua flexibilidade numa cultura e época em que elas deveriam ser o que os homens esperavam delas. Entre a tradição e a guerra, o livro retrata o espírito feminino, sensível mas forte.

“O Fantasma”, Daniele Steel
(Dark Lace)

A história conta a trajetória de uma mulher que sofria a opressão masculina social e até violências, mas que apesar disso nunca perdeu a esperança de ser feliz. Outro livro que retrata a força e flexibilidade do espírito feminino, a coragem e o pioneirismo de uma mulher em uma época em que ela seria nada diferente de um objeto da casa.

“Orgulho e Preconceito”, Jane Austen
(Giulia Correia)

A fama do livro o precede: de todos os livros da Jane Austen, eu diria que é o mais famoso, o mais comentado, aquele com mais adaptações. Fala por si, não? Que um dos maiores nomes da literatura seja uma mulher e, mais, que ela tenha escrito seus livros e não se casado numa época em que se esperava que as mulheres fizessem o contrário me faz acreditar que não podia faltar um livro dela numa recomendação sobre o dia da mulher.

Acredito eu que a história, per se, a maioria das pessoas conheça, então não vou focar a recomendação nisso. Além disso, basta jogar no google e você vai achar diversos resumos. Então, aqui, vou falar sobre os motivos pelos quais você deveria ler o livro, além de assistir o filme.
Para começar, o livro desenvolve melhor o romance e a personalidade das personagens. O livro te dá uma ambientação maravilhosa e, apesar da linguagem e da idade, é bastante fácil de ler, principalmente se você pegar uma edição decente. O livro, também, tem muitas, mas muitas, cenas que não estão no filme. Se você viu a série (sim, tem uma série, é ótima, RECOMENDO), talvez reconheça a maioria, mas não todas.

Se você gostou do filme, não duvido que vai amar o livro. Sério. O filme é como se fosse uma versão resumida, e me lembro de (apesar de ter amado a história) ter achado tudo muito corrido, não ter visto o desenvolvimento do romance acontecer muito bem, o que se resolveu completamente quando li o livro.

Aliás, sobre a série: é antiga, mas é ótima. Muito mais semelhante ao livro, atores ótimos, COLIN FIRTH NOVINHO DE ROUPA COLADA. Tem uma entrada muito bonitinha e, senhor, a ambientação e as personagens são feitas de maneira muito boa. Sugiro assistir a série, ler o livro, ver o filme e procurar as adaptações <3

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