Representatividade de GLBTS e estereótipos

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Por: Captain Ricci
Link: https://fanfiction.com.br/u/530496/

Hey. how you doin’? Esse é meu primeiro post por aqui, e decidi escrever sobre uma coisa na qual penso já faz bastante tempo: a relação entre representatividade LGBT em histórias e os estereótipos.
É cada vez mais comum a presença desses personagens em fanfics e em originais, e enquanto é ótimo que o assunto seja tratado com mais naturalidade, quando a base de um personagem é um estereótipo, ele tende a não ser muito bem construído. Estereótipos são ferramentas narrativas questionáveis mas, muito além disso, são prejudiciais para o grupo que representam. Frequentemente levam a clichês e, mais ainda, quase sempre reproduzem preconceitos.
Se a ideia é trabalhar a sexualidade do personagem com certo enfoque, eu sugiro que haja bastante pesquisa da parte do autor para garantir uma boa representação.
Grande parte do que é falado aqui gira em torno da tal representatividade, porque não adianta colocar minorias em histórias e pensar que as representa, é necessário comprometimento com essa escrita.
Sobre os estereótipos nocivos, há três casos que normalmente andam juntos e prejudicam a história:

·       Heteronormatividade: apesar de possuir uma definição bem ampla, a maneira como ela aparece nessas histórias é a mesma, ou seja, mesmo numa relação homossexual existe a ideia do “homem da relação” e “mulher da relação”.
·       Sexualidade como única característica: um equívoco recorrente na construção desses personagens, que é tratá-los como se sua sexualidade fosse o que define o resto de sua vida como personagem. Tudo gira em torno da sexualidade, não existem interesses, sonhos ou traços de personalidade no geral que não se baseiam nisso. O resultado é um personagem vazio.
·       Personagens secundários e alívios cômicos: esse personagem não ocupa nenhuma função na narrativa além da “representatividade”, não é necessário em nenhuma escala para a história a não ser, talvez, a de alívio cômico.

O que esses três aspectos têm em comum? Um mau desenvolvimento de personagens que trabalha com estereótipos, reforçando-os, além de prejudicar a narrativa. Quando eles são utilizados juntos é praticamente impossível escrever algo verossímil.
Como, então, pode-se escrever personagens LGBT? Simples: escrevendo-os como pessoas, não limitando sua vida à sua sexualidade e principalmente escrevendo personagens que tenham, de fato, importância para a narrativa. Ao escrever um personagem LGBT sem limitá-lo você não só desenvolve melhor sua história, mas também para de reproduzir estereótipos nocivos.

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