Como escrever um romance histórico

terça-feira, 3 de maio de 2016

Por: Estrela de Rubi

Olá, meus caros! 

Novo artigo que estou postando aqui, e desta vez é destinado a todos os autores que estão de saco cheio de escrever uma simples ficção.

Querem escrever algo diferente, complexo e desafiante? Então, eu sugiro um romance histórico. 

O que é? É um gênero literário em que a narrativa ficcional se relaciona com os fatos históricos. 

E agora vocês me perguntam:

Cara, tenho que estudar História para escrever esse romance? 

É claro que sim! Não se faz omelete sem partir ovos, meus caros. Um bom romance histórico deve ser documentado de maneira metódica, consultando primeiro as fontes, entre elas a História. 

Mas calma, não precisam bater com a cabeça na parede por causa disso. Hoje em dia é muito fácil e divertido estudar História. Temos um manancial de livros à disposição, filmes, artigos, documentários, programas, crônicas, séries, novelas, teatro e até músicas.

Como começar?

Simples, primeiro vocês terão de escolher a época e o país que desejam retratar. Depois é necessário conhecer toda a realidade dessa época, estar profundamente integrado no seu conjunto e nos seus pormenores, criar um retrato verídico dos costumes e das características desse país. É necessário ter um bom conhecimento de aspectos como a cultura, sociedade, economia, filosofia, política, religião, arte, literatura, etc… Aconselho vocês a fazerem uma planificação sobre todos esses aspectos para que não haja erro na ambientação do enredo. 

Segundo, vocês terão de escolher uma figura pública, ou seja, uma figura histórica que realmente existiu nessa época. Vocês terão de encontrar arquivos, documentos, biografias que descrevam essa pessoa (nomeadamente o que ela fez, como se destacou na História) para que consigam estudar a sua personalidade a fundo. 

Com todo esse estudo realizado, passaremos então para o terceiro e último ponto: prencher os espaços em branco deixados pela História com a nossa imaginação. É isso aí! Para mim, esta é a melhor parte, mas também a mais complexa de todas, porque não podemos simplesmente divagar na nossa imaginação, temos de ter uma linha de orientação cingida aos fatos reais com grande disciplina, seguindo o guião traçado pelas mãos da História. Temos de nos adaptar à personagem que não foi criada por nós e através da coordenação das pesquisas, construir um enredo lógico, credível e susceptível de criar dramatismo e suspense. 

Difícil, não é? Mas não é impossível, gente!

Só temos de ser capazes de retroceder no tempo, trazer os mortos para a vida e, de quebra, preencher esses fatos históricos com a nossa imaginação. Tudo isso para criar uma obra que tenha verosimilhança com uma pessoa e uma época que não existem mais. 

E agora vocês me perguntam:

Cara, e todas as outras personagens também têm de ser reais? 

É aqui que vem a boa notícia! Não, as outras personagens poderão ser inventadas por vocês, mas atenção, elas têm de estar em concordância com os padrões da época retratada. Não se esqueçam que a linguagem das personagens é muito importante e varia de época para época. Não diverge apenas do vocabulário ou da sintaxe, mas também do modo como articulam as ideias, raciocínios ou da forma como expressam as emoções. A dificuldade de um romance histórico é a do chamado “anacronismo”, o erro de atribuir algo (uma ideia, um preconceito, um fato) a uma época que não corresponde. Em tempos diferentes, as ideias variam muito a respeito das mesmas ações, por exemplo, as ações dos homens do séc. XVI não devem ser julgadas à luz das nossas ideias do séc. XXI, entenderam?

Ah, e, por favor, não pensem que um romance histórico é aquele velho cliché que contempla apenas castelos rodeados de fossos, pontes-levadiças, uma espécie de natureza clássica ou lordes. Não, este gênero literário vai muito além disso, ele retrata e contextualiza ambientes verídicos com personagens que viveram neste mundo real. Nós só temos que fazê-los renascer, dar-lhes vida com o poder da nossa imaginação. O romace histórico completa e dá colorido às secas linhas das crônicas, e a ficção, ao animar o tema, ajuda o leitor a formar uma ideia mais clara dos costumes, dos usos, dos hábitos e do espírito que constituem a fisionomia da idade em que se desenrola a ação. 

E é isso aí, gente! Concluindo, para se escrever um romance histórico é necessário vocês terem um passo firme para descer às profundezas da História, terem uma voz imperiosa para interrogar os fantasmas e possuirem uma mão que não trema na hora de escrever as palavras que eles ditam. 

Referências:
NASCIMENTO, N.; PINTO, Castro J. – “A dinâmica da escrita: como escrever com êxito” [4ºedição], Plátano, 2005.

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