Novo Acordo Ortográfico [2/2] – Prática

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Por: Coralie



E aí? Belezinha?

Faz um tempo que eu não apareço por aqui! Estou saindo da minha montanha de livros, diretamente do Mundo Chamado Meu Quarto, para escrever este post! Brincadeiras à parte, estou finalmente trazendo a segunda parte do artigo sobre a Nova Ortografia. Antes, vale lembrar que ela é oficial a partir deste ano (2016).

Muito bem! Para começar, eu acredito que a melhor forma de se aprender as novas regras, para quem mal chegou a conhecer as antigas, é aprendendo-as como se nada tivesse acontecido. Isso mesmo! Esqueça que há regras antigas e novas. Se você tentar aprender as duas formas, pode confundi-las e terá dois trabalhos, sendo que as regras antigas em breve não valerão para o português formal. Porém, para fins didáticos, colocarei a diferença entre ambas. Vamos lá?!

Mudanças no alfabeto


Nosso alfabeto passou a ter, oficialmente, 26 letras, com a reinclusão do K, Y e W. Essas três letras são originalmente do alfabeto latino, contidas também no alfabeto inglês, mas não faziam parte do nosso desde 1943. Elas são usadas como símbolos de unidades e em palavras e nomes estrangeiros, como show, William, playground etc.

Trema


As famosas "bolinhas" (¨) sobre o u para indicar a pronuncia do gue, gui, que e qui. Alguns exemplos de palavras que o levavam: bilíngue, linguiça, cinquenta, sequestro, tranquilo. Vale lembrar que a maioria das pessoas não se lembravam de usar o trema, embora seja evidente pelo fonema sua singularidade. Mesmo que ele não esteja mais presente na escrita, seu som ainda é usado na fala: bilíngUe, lingUiça, cinqUenta.

Obs.: o trema permanece em palavras estrangeiras, como Müller.


Acentuação


1. Não há mais acento nos ditongos abertos (éi e ói) das palavras paroxítonas (aquelas que levam acento tônico na penúltima sílaba). 
Exemplos de palavras que antes levavam acento: apóio, colméia, Coréia, estréia, heróico, jóia, paranóico, platéia (considerando-se a separação silábica: Co-rei-a, es-trei-a, joi-a, pa-ra-noi-co)
Obs.: a regra vale apenas para palavras paroxítonas; oxítonas e monossílabos tônicos terminados em éi e ói continuam tendo acento: papéis, herói.
2. Não se usa mais o acento no i e no u, nas paroxítonas, quando vierem depois de um ditongo.
Exemplo: bAIúca.
Obs.: o acento permanece se a palavra for oxítona terminada em i e u (ou terminar em s). Exemplo: Piauí.
Também permanece se o ditongo for crescente: gUAíba.

3. Não há mais acento nas palavras terminadas em êem ou ôo(s).
Exemplos: doo, leem, magoo, creem.

4. Não se usa mais acento para diferenciar as palavras: pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pólo/polo e pêra/pera.
Exemplos: Ela foi ao polo Norte; O gato tem o pelo amarelo.
Obs.: O acento permanece nos casos de:
• Pôde (forma do passado do verbo poder) e pode (forma no presente do indicativo). Exemplo: Ela não pôde correr ontem por causa da chuva, mas hoje pode.
• Pôr (verbo) e por (preposição). Exemplo: Você vai pôr aquela camisa? Por mim?
• Acentos que diferenciam as formas no singular no plural: tem/têm, detém/detêm, mantém/mantêm.
• No caso do forma e fôrma, é facultativo o uso do acento. Vale ressaltar que o uso pode causar maior clareza.

5. Os verbos arguir e redarguir, nas formas arguis, argui e arguem, do presente do indicativo, não levam acento.

Hífen


Hífen com composto


01. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.
Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, segunda-feira, bate-boca.
Exceção: não se usa hífen em palavras que perderam o sentido de composição, como girassol e paraquedas.

02. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação.
Exemplos: blá-blá-blá, tique-taque, cri-cri, glu-glu, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde.

03. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação.
Exemplos: pé de moleque, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula.
Incluem-se, nesse caso, os compostos de base oracional.
Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, faz de conta.
Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

04. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.
Exemplos: gota-d'água, pé-d'água.

05. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação.
Exemplos: Belo Horizonte — belo-horizontino, Porto Alegre — porto-alegrense, Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul, Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte.

06. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos), tenham ou não elementos de ligação.
Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, mico-leão-dourado, erva-doce, pimenta-do-reino, cravo-da-índia.
Obs.: não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre o par:bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) — bico de papagaio (deformação nas vértebras).

Hífen com prefixo


1) Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos: anti-higiênico, macro-história, super-homem.

2) Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: micro-ondas, inter-regional.

3) Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: autoescola, intermunicipal, superinteressante, semicírculo.
Obs.: se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:minissaia, ultrassom, semirreta.

4) Nos prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r.
Exemplos: sub-região, sub-reitor, sub-regional.

5) Nos prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
Exemplos: circum-navegação, pan-americano.

6) Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
Exemplos: além-mar, ex-aluno, pós-graduação, pré-história, recém-casado, vice-rei.

7) O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras.
Exemplos: coedição, cofundador, coabitação, cosseno.

8) No caso dos prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e.
Exemplo: reescrever.

9) Nas palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r.
Exemplos: ad-digital, ad-renal, ob-rogar, ab-rogar.

10) Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase.
Exemplos: (acordo de) não agressão, (isto é um) quase delito.

11) Com mal, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l.
Exemplos: mal-entendido, mal-humorado.
Obs.: Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação.
Exemplo: mal-francês.
Se houver, no entanto, elemento de ligação, escreve-se sem o hífen.
Exemplo: mal de lázaro.

12) Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim.
Exemplos: capim-açu, amoré-guaçu.

13) Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.


É isso aí, pessoal. Parece muita coisa para gravar, mas o importante é você sempre pesquisar quando tiver dúvida. Com o tempo nós nos acostumaremos a usá-las.







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Resenha: Star Wars – Marcas da Guerra

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Por: Rodrigo Caetano



E aí, galera? Tudo bem? Hoje venho aqui falar de modinha. Sim, modinha. Mas não é qualquer modinha não. Vim falar de Star Wars, a maior modinha de todos os tempos, a modinha das modinhas. E, por que não (?), talvez a melhor de todas elas.

Aos fãs de carteirinha e longa data, deixem-me explicar. Deixem-me esclarecer que não há nada de pejorativo quando digo que Star Wars é modinha. Nem quando digo que Star Wars foi feito para ser modinha. Ele foi a primeira saga de filmes feita para ser viral, antes mesmo do conceito de “viralizar” existir. Foi o primeiro filme a ser lançado acompanhado de jogos (não necessariamente de videogame), bonecos, propaganda de massa, livros e histórias secundárias.

Star Wars foi a primeira saga a tentar buscar fãs de todos os modos, em todas as mídias, de todas as idades, no mundo inteiro. Boba Fett é um personagem icônico e um líder de venda de bonecos, e tem apenas poucas falas nos filmes. Seu personagem foi inteiramente construído de maneira secundária na época da trilogia original, e hoje ele é conhecido mundialmente. Ele serve como exemplo de como Star Wars foi o primeiro filme a virar febre mundial e conquistar todos os públicos.

Star Wars foi feito para ser modinha, conseguiu e o é até hoje. Nenhuma saga, de livros, de TV ou de cinema, conseguiu atingir o que Star Wars conseguiu. Não discuto aqui qualidade, mas sim tamanho, proporção, poder de venda e apelo com o público. E é por isso que hoje, quase quatro décadas após o lançamento do primeiro e original filme, ainda estamos aqui, sentindo novamente a febre com o lançamento de um novo, vendo o filme quebrar recordes e mais recordes de bilheteria no mundo todo.

Goste ou não, Star Wars já é fato há muito tempo e faz parte da nossa vida de muitas e muitas formas. Já é referência cultural do mundo. Seja impresso no cereal que você vê no mercado, no livro que acabou de lançar na livraria, no pôster de cinema, no desenho de TV para as crianças ou no novo game lançado. No Youtube e no cinema, na loja de brinquedos e no supermercado.


E, agora, também no blog da Liga dos Betas.


Dessa vez a resenha é sobre o novo livro da saga Star Wars, o primeiro de uma trilogia que pretende preencher um pouco do vazio de história entre o sexto filme, O retorno de Jedi, e o novo, O despertar da Força. O livro faz parte de um esforço de publicação com o selo: Jornada para o Despertar da Força, que inclui quadrinhos, livros infanto-juvenis e livros adultos, como é o livro que será analisado aqui: Marcas da Guerra.

Um último comentário, antes de entrarmos na ficha do livro: já pensaram que máximo seria ser contratado para fazer a representação literária de uma obra do cinema da qual você é fã? Esse autor, assim como muitos outros, literalmente foi contratado para escrever e publicar uma fanfiction de Star Wars. E essa fanfiction entra para o Canon da saga! Que máximo!


Título Original: Star Wars – Aftermath
Título Traduzido: Star Wars – Marcas da Guerra
Autor: Chuck Wendig
Editora: Aleph
Ano: 2015

Sinopse: 

O que aconteceu depois da destruição da segunda Estrela da Morte? Qual o destino dos remanescentes do Império Galáctico e dos antigos Rebeldes, agora responsáveis pela fundação da Nova República? Marcas da guerra é o primeiro livro do cânone oficial a mostrar o que acontece depois do clássico Episódio VI: O retorno de Jedi, dando pistas sobre o que podemos esperar da nova trilogia que se inicia com O despertar da Força, a ser lançado nos cinemas em dezembro.
Nesse novo panorama galáctico, vamos descobrir que a guerra ainda não chegou ao fim... e que os traumas deixados por ela ainda serão sentidos por muitos e muitos ciclos. Capitão Wedge Antilles, almirante Ackbar, almirante Sloane, o garoto Temmin e a mãe, Norra Wexley, a caçadora de recompensas Jas Emari, o antigo agente imperial Sinjir: novos personagens e velhos conhecidos dos amantes da saga, que sempre estiveram envolvidos na luta, agora devem escolher o lado a que deverão jurar lealdade. Deverão colocar-se ao lado da Nova República, procurando estabelecer um novo governo democrático na galáxia? Ou juntar-se às fileiras imperiais, na tentativa de voltar ao poder absoluto depois das mortes dos lordes Sith Palpatine e Darth Vader?

Resenha:

Antes mesmo de comprar o livro, li algumas opiniões divergentes sobre Marcas da Guerra. Alguns diziam que era um livro terrível, feito única e exclusivamente para capitalizar em cima do lançamento do novo filme. Outros diziam que era uma ótima leitura, que lhe entregava exatamente aquilo que prometia entregar, e que apesar de não ser o melhor livro do mundo, era uma leitura prazerosa que valia a pena.

Como normalmente ocorre comigo nesses casos, minha opinião sobre o livro acabou recaindo em algum lugar entre uma posição e outra. Porém, provavelmente mais para o lado positivo.

Marcas da Guerra não me pareceu entregar tudo aquilo que se propunha. Algumas coisas ali dentro não foram bem construídas e soaram genéricas. Pareciam ter sidocolocadas ali apenas para explorar o universo e fazer referências aos filmes. Alguns fan-services não foram feitos com tanto bom gosto quanto o novo filme demonstrou ter, e, de modo geral, o livro demora um pouco demais para engrenar.

Na tentativa – correta, na teoria– de apresentar todos os seus personagens no primeiro arco do livro, o autor acaba sofrendo por ter tantos novos personagens principais a apresentar.Desse modo, o início, apesar de bem povoado de cenas emocionantes de ação, se arrasta. As cenas de ação — nem todas perfeitas, mas bem construídas — acabam sofrendo, por que não estamos envolvidos com os personagens.

É apenas mais próximo à metade do livro que conseguimos começar a criar laços mais fortes e a nos importar mais com aquilo que nos é apresentado. E, por tanto, é apenas a partir daí que o livro começa a crescer e cumprir mais com as suas promessas, de entreter e nos gerar interesse. Uma vez engajado, o leitor com certeza se divertirá e encontrará nele uma boa fonte de entretenimento.

O livro brinca com uma estrutura de narrativa complicada. Ele corta muitas cenas, sempre mudando o personagem-foco, em uma tentativa de deixar o ritmo acelerado, de forma similar ao novo filme. O problema é que, na mídia literária, isso acaba sendo um desafio maior do que na tela de cinema. E, com tantos personagens a serem a apresentados, isso se prova um desafio ainda maior. Por tanto, enquanto ainda não estamos engajados, esse ritmo acelerado mais atrapalha do que ajuda a narrativa. Apenas quando já estamos bem situados, esse ritmo começa a dar frutos.

Um dos melhores pontos do livro são os interlúdios. Apesar de numerosos e desconexos da história principal, é através deles que conseguimos ter uma noção maior do estado em que a galáxia se encontra, nesse período tão caótico, de troca de governo e últimos estágios da guerra. Vemos paisagens familiares e novas, conhecendo pequenos contos que nos servem de quadros para os diferentes pontos da galáxia, e como cada um deles está lidando com o período após os feitos da batalha de Endor. É aqui onde o livro mais brilha, ao cumprir a promessa de nos dar um bom entendimento sobre a queda do império e a ascensão da Nova República. Acredito que, se isso continuar durante toda a trilogia, os livros serão um material sem igual para retratar a mudança política na galáxia e, quem sabe, a criação da Primeira Ordem e da Resistência.

É, por sinal, em um desses interlúdios que o livro cumpre sua promessa de nos mostrar um dos personagens favoritos dos fãs. E, incrivelmente, esse foi um dos interlúdios que menos gostei.Ele me pareceu ter sido escrito única e exclusivamente para colocar esse personagem no livro, e poder dizer para o público que existe ali uma participação de alguém que eles gostam. Se você comprar o livro para ver um dos personagens mais queridos dos filmes, saiba que apenas o verá em algumas poucas páginas, e que elas não serão assim tão importantes para a história em geral, pelo menos por enquanto.

Apesar disso, o livro apresenta personagens interessantes e bem construídos, que fazem valer o esforço da leitura e o esforço de conhecê-los. Existem alguns momentos bastante animados e que me fizeram prender a respiração, e, no fim, me peguei roendo as unhas e torcendo para mais de um personagem, de ambos os lados da luta. Uma leitura de que não me arrependo e que me dá razões suficientes para indicá-la para qualquer fã da saga, principalmente um que se interesse pela construção de mundo e pelos por menores da história maior.


Eu aprovo, e com certeza porei as minhas mãos nos próximos volumes da trilogia.


Acho é isso. Espero que tenham curtido e até a próxima!
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Criação de Enredos Originais e Criativos

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Nick: PedroDiAngelo


Introdução

            
“Enredo: sucessão de acontecimentos que constituem a ação, em uma produção literária (história, novela, conto etc.); entrecho, trama.”

Em outras palavras: o enredo é a alma de toda história. Seja naquele clichê adolescente, naquele conto repugnante (e lindo) de Edgar Alan Poe ou naquela história que alguém nos contou quando éramos crianças; em todos esses exemplos há a presença de um enredo (na maioria das vezes até mais de um).

É virtualmente impossível que alguém pense em uma ideia que já não tenha sido pensada. Logo, é impossível escrever algo que, em sua essência, já não tenha sido escrito. Se cai, então, em uma conhecida frase entre roteiristas: “Me dê o mesmo... só que diferente”.

A principal questão não é “pensar em algo novo”, mas “remodelar algo que já foi pensado”. Mesclar enredos, gêneros, personalidades, eventos que, normalmente, não são misturados. Normalmente o primeiro passo para isso é pensar em algo.

Pensando em uma ideia

              
A maioria das histórias começa com aquela ideia despretensiosa (ou genial) que vem em qualquer hora (muito comum vir debaixo do chuveiro, inclusive). Depois de chegar e conquistar nosso lado escritor, ela começa a se desenvolver, ganhar forma e, depois de algum trabalho, se torna um texto. Como garantir, entretanto, que tudo isso aconteça de uma forma que propicie a criação de uma história memorável, original, criativa e [anexe aqui um adjetivo de sua preferência]?

O primeiro passo é ter a ideia. Não são todos que tem uma mente criativa, nem há quem mantenha uma mente criativa ativa o tempo todo. Para a nossa sorte, uma pesquisa já comprovou que a criatividade se adquire com a prática, então, naturalmente, há truques que vão te ajudar a ter uma ideia supimpa.

O primeiro desses passos é se perguntar frequentemente “O que aconteceria se...”. Vale para tudo. Exemplos: “o que aconteceria se o céu fosse vermelho? O que aconteceria se eu ganhasse um milhão de reais? O que aconteceria se meu irmão mais novo fosse um alienígena? O que aconteceria se eu, nesse momento, caísse em um universo paralelo? O que aconteceria se eu tivesse uma capivara de estimação? ”. Não há nenhum tema tão ordinário que não possa render uma boa história, então comece a olhar de um jeito diferente para as coisas.

Outro método bastante funcional é mesclar gêneros que, normalmente, não se misturam. É assim que se escapa de clichês. Basta lembrar que Star Wars não deixa de ser um faroeste no espaço, então nada te impede de ter, por exemplo, uma guerra civil em uma cidade subaquática.


Desenvolvendo a ideia


A regra é bem clara para a maioria esmagadora dos casos: sem planejamento, a história está fadada ao fracasso. Há exceções (e um monte delas), mas hoje em dia é praticamente impossível encontrar alguma boa história feita ao acaso, com o escritor utilizando apenas a experiência como leitor para guiá-lo pelos atos, capítulos, plot twists e afins da narrativa.

Montar o enredo é o passo fundamental para que haja sucesso na construção de uma história bem-feita. É nesse contexto, também, que são definidos os rumos criativos de toda a narrativa. Você pode escolher entre inúmeras alternativas de criação ou simplesmente não escolher e escrever a torto e a direito [a decisão é sua, afinal]. O método que trago é um dos mais utilizados no meio editorial, ainda sem tradução para o português, por isso vou fazer uma referência e chama-lo de Método Massa Folhada. Oi? Não entendeu a referência? Certo, que tal Método Floco de Neve? Ainda não entendeu? Pode chama-lo de Método Árvore da Praça, então.

O que a massa folhada, o floco de neve e a árvore da praça têm em comum é algo bem simples: foram construídos com base em um sistema de etapas. Um pinheiro, por exemplo, nasce de uma pinha minúscula. Uma massa folhada chega a ter 1000 camadas e o floco de neve é uma estrutura muito delicada e composta de diversos filamentos de gelo. É exatamente assim que você tem que tratar sua ideia: como a semente de uma história.

Enumerei aqui 8 passos para o sucesso em escrever um roteiro digno de best-sellers. Aplique-os onde achar melhor; na sua fanfic despretensiosa ou naquele seu projeto secreto.


1. Defina sua história em uma frase. Simples assim, mas isso vai fazer toda a diferença. É esse o ponto inicial de sua história e a frase vai te servir como guia definitivo. Sobre ela: quanto menor, melhor; use em torno de 15 palavras. Para ter uma ideia de como é, veja exemplos na lista de best-sellers do The New York Times.


Repare nessa definição do livro See Me, do Nicholas Sparks: “Um casal apaixonado ameaçado por segredos do passado”.


2. Separe algum tempo e transforme essa sentença em um parágrafo completo. Esse parágrafo deve resumir a história, conter os desastres principais (em média 2 ou 3) e o final. Faça cada um desses conteúdos ficar em um período independente. 

É preferível que você faça algo como: “Robert e Dana se encontram anos depois da faculdade, Dana era apaixonada por um Robert que deixou de existir [definição da história]. Dana descobre que Robert é procurado por assassinatos em todo o país [primeiro desastre]. Robert perde o controle emocional e se torna um risco para a vida de Dana [segundo desastre]. Robert é morto por Dana [fim]”.

Se você estiver planejando organizar seu texto por atos, o primeiro desastre é o fim do ato I, o segundo é o ponto médio do ato II (se não houver terceiro desastre, o segundo passa a ser o fim do ato II) e o terceiro é o fim do ato II.



3. Crie uma ficha preliminar para seus personagens. Após ter um parágrafo resumindo a parte fundamental de sua história, é hora de cuidar dos personagens. Personagens incomuns criam histórias incomuns, então, se estiver querendo fugir dos clichês, crie personagens com características que fogem ao senso comum, com personalidades extravagantes ou peculiares. 


Essa primeira ficha deve conter: O nome do personagem, o resumo de sua vida em um período (parecido com a definição da história), a motivação do personagem (importante), o objetivo do personagem (importante), o conflito interno do personagem (importante também) e um parágrafo que conte sua história. Não se empolgue na criação do personagem (não ainda).



4. Expanda cara período (do passo 2) para um parágrafo completo. Volte naquele parágrafo e o torne maior. Talvez você sinta vontade de retornar aos passos anteriores e modificar um ou outro detalhe da história, se assim for: o faça. 


É nesse período que sua história vai, realmente, ganhar vida. Dê mais detalhes às frases que você escreveu no passo 2, enriqueça os desastres e diga como a história termina. É hora de libertar a criatividade.



5. Escreva uma página de detalhes sobre os personagens principais. Complemente a ficha que você já havia montado; torne-a mais completa. Para personagens importantes, mas secundários: apenas meia página basta.


Crie uma história para seu personagem, narrando um pouco da vida dele até o início da narrativa. Não se esqueça da motivação e dos objetivos do personagem: é isso que vai manter os leitores grudados na história!


6. Expanda novamente a sinopse do enredo (os parágrafos que foram montados no passo 4). Transforme cada parágrafo que você escreveu em uma página. Responda questões básicas (como, quando, onde e por quê), enriqueça com mais detalhes, adicione novos acontecimentos... É uma parte bastante divertida, pois você vai acabar conhecendo mais sobre a história, sobre seus personagens e vai se envolver no enredo.

É provável que você queira voltar aos passos anteriores e fazer correções.


7. Expanda sua ficha de personagem intermediária para uma ficha completa. Nessa etapa tem que constar tudo o que deveria se saber sobre os personagens: onde nasceram, sotaque que possuem, visão religiosa, aparência, caráter, personalidade...

É de extrema importância que você defina como seu personagem vai estar quando a história acabar, pois eles vão (ou pelo menos devem) sofrer mudanças. Eles se tornaram mais caridosos? Menos humildes? Mais receosos? É hora de especificar tudo isso.


8. Com as fichas dos personagens e o enredo feito, crie uma planilha de cenas. Sim, uma planilha. Sério, posso sentir seu ar de “sério? Planilha?” daqui! Uma planilha é o meio mais confiável de se montar um catálogo de cenas, já que você pode ver a progressão da história e mudar cenas de lugar, se for o caso.


Escrevendo (finalmente)



Então chegou a última parte de sua tão esperada história! É hora de colocar a mão na massa e escrever. Talvez esse seja o processo mais longo de todos, mas não desanime.


“Então, eu já fiz tudo o que podia para que o enredo fique original e criativo?”


A resposta é: não. É justamente nessa hora (nem tanto nessa hora, essa dica vale para as outras fases do planejamento) que você pode tornar sua história única, mesmo se for um eterno clichê.

Aristóteles, certa vez, disse: “Toda história deverá ter início, meio e fim”. Não deixa de ser uma afirmação óbvia que eu, você, sua vó, minha vó, ..., sabem, mas há um detalhe: essas partes não devem, necessariamente, estar nessa ordem.

Quantas histórias possuem aquele clichê badboy x mocinha? E, dessas, quantas são contadas do fim para o início? 

Retomando aquilo que disse lá no começo: não há mais história genuinamente original. Sua ideia, por mais mirabolante que seja, já foi pensada antes. O que vai fazer a diferença na sua narrativa é o fato de ter ou não algum diferencial, seja na narrativa ou nos personagens. 

Só para deixar bem claro: a chave para uma história realmente original é reinventar; procure, em cada um dos passos descritos acima, mesclar enredos, perguntar-se “E se...”, anexar características incomuns aos personagens (que tal uma garota nerd lutadora de karatê?) e usar ordens de narração incomuns (seria possível começar a história pelo meio e terminar com o início?). Regra geral: não se imponha limites, nem regras.



Referências:

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Alicerces de Enredo: As Estruturas Mais Comummente Usadas [2/3]

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Por: Elyon Somniare

Ohayo!
Na primeira parte desta sequência de artigos não passamos da introdução, mas julgo não estar errada em dizer que valeu a pena, que muito houve naquela introdução que se aproveitasse (razão pela qual sugiro que, se ainda não a leram, o façam antes de começar este). Mas desta vez estou particularmente empenhada em começar com as estruturas em si, e vou lançar o wild guess que vocês também têm algum interesse nisso, então, adiante, e para a frente com as estruturas mais comuns a determinados tipos de enredo!

1) Demanda.
Este tipo de enredo caracteriza-se por colocar o protagonista em busca de algo, físico ou não, que é tudo para ele. Ao contrário do que acontece nos filmes do Indiana Jones, por exemplo, este objecto de busca é, em si próprio, a razão do enredo, ao invés de ser uma desculpa para a acção. Ademais, tem ainda um grande papel sobre a personagem, influenciando-a e mudando-a, usualmente em consequência do conhecimento ganho. O comum neste tipo de enredo é a personagem começar e acabar em casa, enquanto pelo meio está sempre em movimento.
Como se pode estruturar este enredo em três actos?
Acto 1: Estabelece a personagem no seu ponto de partida, bem como a “casa”, mas também qual o motivo da demanda do protagonista, demonstrando a força que o leva a mover-se, seja por necessidade, seja por desejo. Coloca a pergunta que será respondida no acto 3.
Acto 2: É a viagem, onde os obstáculos e peripécias se encontram, e o que torna a história interessante.
Acto 3: É onde se encontra a resposta da pergunta colocada no acto 1. É aqui que se dá a revelação, quando a personagem obtém - ou vê recusado - aquilo que deseja.
Quais as dicas a ter em conta neste tipo de enredo?
⚈ Não esquecer que, desde o seu início até ao fim, a demanda implica uma mudança na personagem. Por essa mesma razão, o foco encontra-se no conhecimento;
⚈ Deverá haver um incidente inicial, e não começar a demanda só “porque lhe apeteceu”. Enquanto leitora posso afirmar: é de revirar os olhos quando o autor faz isso;
⚈ Um companheiro de viagem evita que a dita se torne demasiado interior;
⚈ O que a personagem encontra é muitas vezes diferente daquilo que originariamente procurava.

2) Aventura
Assemelha-se em muito à Demanda, estando a diferença no facto de o foco ser mais na acção que na personagem (mente vs corpo). Os eventos tornam-se importantes pela causa-consequência e um bom exemplo deste tipo de enredo são os contos-de-fadas tradicionais.
Ao contrário da Demanda, a personagem não muda necessariamente, e o que usualmente procura é a fortuna que raramente encontra em casa. Mas também esta partida pelo mundo é incentivada por algo ou por alguém.

3) Perseguição
Podemos dizer que é a versão literária do jogo das escondidas. A sua estrutura básica é bem simples, podendo ser resumida em: estabelecer o herói e o vilão, bem como o porquê de um estar atrás do outro. Um bom exemplo deste tipo de enredo são as personagens Coiote e Bipbip dos Looney Toons.

4) Resgate
A denominação já é um pouco auto-explicativa, e o que logo se salienta é a trindade de personagens Vilão - Herói - Vítima.
Como se pode estruturar este enredo em três actos?
Acto 1: A separação (entre o herói e a vítima) apresenta-se como incidente de motivação, ou seja, o que vai levar o herói a querer resgatar a vítima. Consequentemente, estabelece as identidades do herói e da vítima, bem como a sua relação.
Acto 2: O resgate em si: os obstáculos e o ultrapassar dos ditos. É um acto definido primariamente pelas acções do antagonista.
Acto 3: O confronto entre o antagonista e o protagonista, ou seja, no caso, o vilão e o herói. E, espera-se, a libertação da vítima.

5) Fuga
Refere-se a uma fuga física e não mental. Em que difere do Resgate? Um único e fulcral detalhe: a vítima liberta-se a ela mesma.
Como se pode estruturar este enredo em três actos?
Acto 1: O protagonista é preso, seja por um crime real ou imaginário (por ex.: alguém armou para o protagonista).
Acto 2: Foca na prisão e nos planos de fuga. Naturalmente, as falhas nos planos de fuga são aqui exploradas, dando-se os plot twists que conferem interesse à história.
Acto 3: Dá-se a fuga em si. Podem surgir complicações, mas é neste momento que o protagonista finalmente tem vantagem sobre o antagonista, seja a instituição que o prende, seja quem tramou para o prender (caso seja essa a situação).

6) Vingança
Em enredos de Vingança o foco encontra-se na retaliação do protagonista ao antagonista por uma ofensa real ou imaginária. Um bom exemplo deste tipo de enredo é a peça Hamlet, de Shakespeare.
Como se pode estruturar este enredo em três actos?
Acto 1: É quando se dá o crime, sendo que o herói nada pôde fazer. Algumas histórias começam já depois do crime, no entanto, optar por descrevê-lo é um modo de criar empatia entre leitor e protagonista.
Acto 2: A vingança (mwahahaha). O herói faz os seus planos de vingança/acção. Usualmente há uma terceira parte que tenta impedir estes planos, podendo ou não acabar por ajudar o herói.
Acto 3: O confronto. Se a vingança for referente a uma só pessoa, é neste momento que ela se desenrola. Se a vingança for dirigida a um grupo de indivíduos, então tem-se vindo a desenrolar desde o acto 2, sendo que aqui encontra o “big boss”. Atenção que o facto de ser uma vingança não implica que seja violenta.
Quais as dicas a ter em conta neste tipo de enredo?
⚈ Estabelecer primeiro a vida normal do protagonista, aquela que ele levava antes de se dar a ofensa que desencadeia os acontecimentos do enredo;
⚈ É aconselhável que o protagonista tente primeiro resolver a ofensa com os meios tradicionais (ex: indo à Polícia). Naturalmente, na generalidade dos casos isso falha;
⚈ Deverá haver um equilíbrio entre a ofensa e a vingança. De outro modo, o protagonista corre o risco de “perder a razão” aos olhos do leitor e, por consequência, a empatia, podendo vir a ser encarado como o vilão e não como herói;
⚈ A vingança tem um forte poder emocional, podendo ser encarada como o grande preço a pagar (visão geralmente encontrada nas peças gregas) ou como trazendo alívio e justiça às personagens.

7) Mistério
É o tipo de enredo que usualmente se encontra nos livros policiais e, tcharãn, de mistério. (Alguém falou em Agatha Christie?). Usualmente vai dando pistas ao leitor sobre o que ele precisa de saber, mas não serão óbvias.
Como se pode estruturar este enredo em três actos?
Acto 1: O crime, a vítima e quem vai resolver o crime são apresentados. O panorama geral também é estabelecido e as questões são colocadas. (“Sempre eu, caramba, por que não o Carlos da Contabilidade?” como questão a ser colocada pela vítima seria hilariante, mas como usualmente ela já está morta, não aconselho.)
Acto 2: O leitor acompanha a resolução do mistério. É o momento ideal para dar pistas, mas disfarçando-as na narração e no ambiente. O equilíbrio ideal é entre algo que o leitor se lembre depois, mas que no momento em que a leia não pense “Ahá! Uma pista!”, ou seja: a aplicação prática do conceito de foreshadowing. Agatha Christie, uma das mestras deste género de enredo, também costuma colocar personagens com segredos secundários, nem sempre relacionados com o crime, de forma a despistar.
Acto 3: O mistério é resolvido. As razões do antagonista são explicas, e o leitor é colocado a par da verdadeira sequência de eventos.
Pode, no entanto, não haver uma resposta clara ao mistério: tudo depende do tipo de audiência que se visa, e do que se pretende transmitir. Kafka, por exemplo, termina muitas das suas obras sem clareza, visto que pretende transmitir a ideia de que a vida não tem respostas certas e óbvias. (Pessoalmente, considero estes finais muito frustrantes, ahah.)

8) Rivalidade
Rival não é necessariamente alguém que deseja mal ao outro, mas sim alguém que compete pelo mesmo objecto ou objectivo que o outro. Cada um tem a sua motivação e tipos diferentes de falhas. A força, no entanto, será similar, ainda que não igual: o ponto essencial é que as respectivas forças os colocam com as mesmas possibilidades. Um exemplo muito explorado disto é o afamado triângulo amoroso.
Como se pode estruturar este enredo em três actos?
Acto 1: O “terreno comum” é estabelecido e dá-se início ao conflito. Um ganha terreno sobre o outro e a competição começa. Usualmente, o protagonista sofre um acto do antagonista e começa em desvantagem.
Acto 2: É o momento de pôr a funcionar os eventos que invertem a má sorte/posição do protagonista, colocando-o novamente ao nível do antagonista. É lançado um desafio ao antagonista, invertendo-se a situação do Acto 1. Frequentemente o antagonista está consciente disto, o que aumenta a tensão.
Acto 3: Que outra coisa se não o confronto? O resultado (quem vence) depende da escolha do autor, no entanto, como bem sabemos, a preferência costuma ir para o protagonista.

9) Underdog/Oprimido
De certa forma pode ser considerado como um ramo da Rivalidade. A diferença é que o protagonista tem capacidades, ou encontra-se numa situação, abaixo do antagonista. Deste modo, existe uma maior identificação com o leitor, pois ele é “um de nós”: todos sentimos opressão em relação a algo que achamos que não conseguimos vencer. O underdog partilha isso connosco, com a diferença de que consegue vencer (ora a ver se isso não dá ao leitor um boost de esperança e optimismo! Por isso toda a gente gosta de underdogs). A estrutura é similar à da Rivalidade, mas a ênfase encontra-se no desejo realmente forte do underdog em ter sucesso: como consequência, é aconselhável que o autor desenvolva bem os seus motivos.
No entanto, é preciso ressalvar que não convém colocar obstáculos totalmente irrealistas. O sucesso tem de ser algo que já era possível, ainda que minimamente. A palavra-chave será verosimilhança. 

10) Tentação.
Saquem das vossas maçãs, serpentes, chegou o enredo que foca na fragilidade na natureza humana! Como tal, centra-se mais na personagem que na acção, analisando motivos, necessidades e impulsos. O conflito dá-se no interior da personagem, sendo que se reflecte no exterior. Dica: não esquecer que cada tentação tem um preço.
Como se pode estruturar este enredo em três actos?
Acto 1: É estabelecida a natureza do protagonista e, se houver, a do antagonista. É também determinada a natureza da tentação, o seu efeito sobre o protagonista, e como ele lhe reage. O protagonista pode lutar contra a tentação, mas eventualmente acaba por lhe ceder. Segue-se frequentemente um período de negação, em que o protagonista tenta racionalizar uma desculpa ou justificação.
Acto 2: Reflecte os efeitos de ceder à tentação. O protagonista pode ter tido benefícios a curto prazo, mas o preço começa a surgir, e o lado negativo emerge. Este é o momento em que os efeitos negativos dominam e se intensificam.
Acto 3: Depois da tempestade… Vem a bonança! O conflito interior do protagonista resolve-se, e temos a expiação, a reconciliação e o perdão. 

E aqui, juventude, fazemos uma pausa, porque este artigo já vai longo, vocês já devem estar a rilhar os dentes, e já chegamos a metade das estruturas que serão abordadas. E toda a gente sabe que se é para dividir alguma coisa, que seja pela metade (vide, Rei Salomão).
Vejo-vos na terceira (e última parte)!



REFERÊNCIAS:
TOBIAS, Ronald B. - “Twenty Master Plots and How to Build Them”, [s.l.], Piatkus Books, 1999

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