Sexualidade e Verossimilhança (1/3)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Por Roberto Lasneau

No mundo das fanfics, é muito comum encontrar histórias que envolvam o relacionamento amoroso entre pessoas. Para isso, é preciso abordar um tema bastante complexo, mas que, para muitos, não parece tão complexo assim: a orientação sexual. A sociedade atual é heteronormativa, isto é, uma classificação que diz que a heterossexualidade é a única orientação normal (e por “normal” temos como “aquilo que a sociedade está acostumada”, e não como “errado”, como alguns costumam pregar) e, por isso, ao tratar de outras sexualidades, pertencentes à comunidade LGBTA (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Assexuais), tem-se uma dificuldade em manter a realidade; literariamente falando, a verossimilhança, muitas vezes simplesmente pelo autor não conhecer muita coisa do universo.
Tendo isso em mente, o post servirá para tratar dos fatos mais simples sobre as orientações sexuais, mas sobre os quais muitos não têm esse conhecimento e acabam criando situações inadequadas em suas histórias; acabam por representar, de forma errada, essa parte da orientação, podendo até mesmo ser classificado como um erro literário (por causa da ausência de verossimilhança). O post, ao todo, será divido em três partes: nessa primeira parte será focada a homossexualidade (tanto masculina quanto feminina). Na parte 2, o foco será em “Bissexualidade e Assexualidade” e, por último, na parte 3, o assunto será focado em “Transsexualidade e Heterossexualidade”.

Parte 1 – Homossexualidade (feminina e masculina)

Desmistificando o lado homossexual

Lésbicas/Gays continuam sendo Mulheres/Homens. – Parece um tanto óbvio, não é mesmo? Mas, às vezes, em algumas histórias, nem sempre a realidade é tratada dessa forma. Apesar de todos terem personalidades diferentes, ou seja, uns seres mais masculinos/femininos do que outros, isso não altera a identidade de gênero; logo, um homem, por mais gay e feminino que ele seja, talvez não se interesse por usar vestidos, pois não faz parte da identidade de gênero dele. Existem uns casos específicos, mas esse tema será melhor abordado no tópico sobre transsexualidade.

O rótulo de ativo(a)/passivo(a). – Isso provavelmente é uma das maiores dificuldades de retratação no mundo das fics. Muitos autores fundamentam a personalidade dos seus personagens através do seu papel sexual, popularmente conhecidos como “ativo(a)” e “passivo(a)”. No entanto, o que muitos não sabem é que isso acaba por ser uma atitude preconceituosa (lembrando que “preconceito” vem de “pré-conceito”, isto é, querer conceituar algo que não conhece) e que pode ser desconfortável para alguns.
Rotular suas personagens (utilizando o papel sexual) é ruim. Uma pessoa que é ativa na relação sexual não será mais masculina que a pessoa que proporcionar o papel passivo (isso vale tanto para a homossexualidade masculina quanto para a feminina). É comum se pensar assim, pois, como foi dito no início do post, a sociedade é acostumada com a heterossexualidade, isto é, com um papel feminino e um papel masculino, mas, na homossexualidade, isso não acontece. Ser ativo(a) não designa ninguém mais homem e ser passivo(a) não designa ninguém mais mulher. O papel sexual só interfere nas relações sexuais e só. O(a) ativo(a) não é necessariamente a pessoa insensível, bruta, séria, o “macho” da relação, assim como o(a) passivo(a) não é necessariamente a pessoa delicada, emocional e sensível, a “fêmea” da relação. Isso é um ato muito impensado.
Além disso, apesar de existirem, nem sempre as pessoas são 100% ativas/passivas, existem as pessoas versáteis (principalmente na homossexualidade feminina, já que o prazer precisa ser mútuo, mas também não é regra). A principal coisa que se precisa saber aqui é diferenciar as coisas: papel sexual não tem nada a ver com personalidade e o papel social. Num casal homossexual masculino, por exemplo, o que é o ativo pode muito bem ser o cozinheiro da casa, assim como o passivo pode ser aquele que faz o trabalho pesado (assim como isso pode acontecer num casal de héteros, em que o homem cuide da casa e a mulher trabalhe). O essencial de tudo: não faz sentido rotular as coisas. Sexualidade não define pessoas. Sexualidade é apenas sexualidade. Papel sexual é apenas papel sexual.

Cuidado com os estereótipos! – “Toda lésbica é desleixada”, “Todo gay tem um senso de moda apurado”. Não, gente, não é bem assim. Como eu disse no final do assunto anterior, sexualidade não define pessoas. Sua personagem lésbica pode ser desleixada, mas isso não é regra. Sua personagem gay pode ter um senso de moda apurado, mas isso também não é regra. Aliás, nada é regra no mundo, isso de “Todo alguma coisa é isso” nunca funciona, não é? Além disso, existe o vasto mundo das gírias homossexuais e, acreditem, não é todo homossexual que as usa/conhece! Então, não quer dizer que seu personagem gay seja bem afeminado, que ele use o termo “Aloka”, ele pode nem conhecer (é possível, sim, não conhecer os termos).

Homossexuais sempre se dão bem entre si. – Lá vou eu de novo: não, gente, não é bem assim. Sexualidade não define pessoas. Esse assunto serve para abordar diversos tipos de relacionamentos:
- Amorosos: Basicamente acontece aquilo de um casal homossexual se formar simplesmente por serem homossexuais. Tudo bem, a mesma sexualidade é um motivo, sim, para a união, mas não é o único. As pessoas se amam pela atração, pelo envolvimento, tem que ter uma série de fatos para isso.
- Amistosos: Gays, lésbicas (assim como trans, bissexuais, etc.) podem muito bem não criar amizade com outros da mesma sexualidade, até porque amizade nem tem base sexual, então não há motivos para isso ser um requisito. Essa dica vale para um estereótipo que ocorre muito, que é quando cismam que a melhor amiga de um gay é lésbica ou vice-versa. Pode acontecer? Claro. No entanto, não é uma regra. Não é algo do tipo “Gay só se dá bem com lésbica”. Não.
- Profissionais: “Eu trabalho melhor com fulana porque ela é lésbica como eu”, isso não faz sentido algum. Assim como o ambiente amistoso, o âmbito profissional não tem base sexual, então não há por que isso ser requisito. Pessoas continuam sendo pessoas, independente da sexualidade, e o que deve atrair alguém profissionalmente é a vocação, o método de trabalho, etc. Outro caso também é falar que existem “trabalhos homossexuais”, tipo associar “estilista” com “gay” no mesmo segundo. Não é assim, gente. Pode até ser que uma determinada profissão tenha uma maior concentração de homossexuais, mas isso não é desculpar para definir as pessoas assim.

Sexo: a necessidade e o ato

Por motivos de diferença maior entre os dois, falarei sobre a homossexualidade feminina e masculina separadamente, mas, antes disso, é preciso deixar uma coisa clara: um casal hétero faz sexo com a mesma necessidade de um casal homo, isso não muda. Tem uns que gostam, outros não gostam e o fato de retribuir o amor (quando é o caso de ambos concordarem com o ato) é válido para qualquer casal.

- Homossexualidade feminina – Quando se fala desse tipo de relação sexual (na linguagem das fanfics, “Orange”), você precisa ter uma boa visão das suas personagens. Como elas são? O que elas gostam? Como elas preferem? O “Orange” pode ser feito e explorado de inúmeras formas, inúmeras possibilidades, até porque mulheres são complexas por natureza, essa é a qualidade da mulher.
No entanto, acima de tudo, o texto precisa de realidade. Ser realista ajuda a deixar tudo mais natural, ainda mais no meio homossexual, que poucos conhecem.

“Como elas fazem sexo, se não tem penetração?”
É uma coisa muito perguntada. Tudo tem um jeito. Carícias e as tão conhecidas preliminares são essenciais numa relação boa, e isso deve, sim, ser representado, de forma natural, nas fics. Nada de ir direto ao ponto, suas personagens têm muito que aproveitar ainda.
É importante você conhecer mais suas personagens justamente para você, escritor(a) de Yuri, ver como elas vão se satisfazer no momento do sexo. Lembrando que não há regra para as coisas (o sexo não precisa ser aquela coisa rotulada e com regras rígidas, é nisso que muitas fics pecam), uma pode se completar da maneira que gostar.

“Mesmo assim não sei como fazer. Como posso inovar sem pecar na realidade? Como fazer minhas personagens tão decididas com o que elas querem?”
Se o seu problema é não conseguir fazer essa decisão nelas, você pode tentar descrever suas personagens descobrindo seus gostos na hora H. Agora, se você for uma pessoa mais sistemática, a dica que eu dou é montar uma tabela com as preferências de cada uma: Fulana curte x, y e z. Cicrana só curte y. E tentar experimentar as possibilidades, pois, como eu disse, o grande mistério do sexo lésbico é a complexidade da mulher. Muitas vezes nem é necessária a penetração, o legal é ter a criatividade.

“Ok, ok, mas o que isso tudo tem a ver com verossimilhança?”
Tudo! A melhor maneira de fazer um Orange realista é não utilizar do “heteronormatismo”. Sexo homossexual é uma coisa; sexo heterossexual é outra. No contexto do Orange, a principal coisa a se pensar é que não existe “homem” da relação, que mulheres não são “escravas” da penetração e que elas precisam de brinquedos simuladores de pênis para se satisfazerem (apesar de ter umas que gostem, isso é de gosto pessoal e não uma regra). Nada disso! Além disso, vale lembrar que orgasmos femininos possuem um tempo de recuperação baixo (não confundir “baixo” com “nulo”) de um a outro (bem diferente do orgasmo masculino), então ter um orgasmo não significa que a relação vai parar. Respeite a atração sexual da sua personagem, sem precisar fazê-la depender de características masculinas.

- Homossexualidade masculina – Aqui a visão das personagens já é um pouco separada. Primeiramente, a relação que você vai descrever terá penetração?

“Ué, mas é claro, são dois homens, tem que ter penetração!”
Ué, só por que são dois homens, a penetração é obrigatória? É isso que é necessário desmistificar quando falamos de sexualidade e verossimilhança. Lembrando que sexo sem penetração não é exclusividade homossexual, só que não se fala muito disso.
A relação homossexual masculina sem penetração é chamada de Gouinage. Trata-se apenas de carícias, movimentos e sexo oral, simples. Se você, escritor(a) de Yaoi, deseja inovar nos seus textos, por que não tentar?

Na linguagem das fics, temos o sexo gay denominado por Lemon. E o irônico de tudo é que a dica que eu vou dar aqui é feita de maneira muito errônea nas fanfics, que é: estabeleça as vontades da personagem ativo e passivo.
“Ué, mas você não disse pra não rotular? Por que está falando de ativo/passivo agora?”
Porque estamos falando de sexo, de papel sexual, que é a única ocasião em que devemos definir as personagens como ativos/passivos (em vez de descrevê-los assim o tempo todo, como o papel social, que é o que muitos escritores erram, e que até mesmo gera preconceito). Lembrando que em relações sem penetração, esses papéis não existem. Lembrando também que existem os versáteis e a troca pode ser feita na mesma transa.

Tendo em vista a sua personagem passivo, popularmente conhecido como uke, é preciso ter coisas em mente: ele está preparado para aquilo? Ele deseja a penetração? Ele já fez isso alguma vez? Vocês já devem estar carecas de saber, mas o ânus não é uma área tão lubrificada naturalmente quanto a vagina, é preciso ter cuidados e todas essas coisas. A dor é imensa, então o grande erro de representar isso num Lemon é falar, por exemplo, que o personagem se acostumou rapidamente (às vezes isso acontece muito rápido e não faz sentido) ou que o membro do ativo entrou facilmente de primeira. Não, não é bem assim.
“Mas não tem a próstata? Ela já não é o suficiente para ignorar todas as dores?”
A próstata! O órgão favorito dos escritores na hora de descrever o prazer, e é alvo de muitos erros na escrita também! Gente, a próstata não é um órgão milagroso, ela não fará sua personagem gozar trinta vezes seguidas ou sentir a sensação de estar em quinhentos céus ao mesmo tempo, muito menos aliviar a dor da penetração. A única função da próstata, no sexo, é tornar a ejaculação mais livre, mais natural (dando um pouco a mais de prazer). Apenas isso. Nada de órgão milagreiro que traz sensações milagreiras.

Tendo em vista a sua personagem ativo, popularmente conhecido como seme, é preciso ver também se ele está preparado para isso (a parte psicológica não se restringe apenas ao passivo, gente), se ele já fez isso alguma vez também. E, claro, o cuidado com algumas situações irreais, como, por exemplo, o ativo ter fôlego infinito, recuperar-se de uma ejaculação em segundos (diferente das mulheres, os homens precisam de mais tempo para se recuperar) ou ele não sentir o mínimo de dor no ato. 
“O ativo sente dor???”
Uns podem sentir mais que outros, mas sentem, sim. Não é, óbvio, uma dor comparada com a do passivo, mas pode haver um incômodo na tentativa da penetração; tente enfiar seu dedo num buraco que seja menor que ele e force, você saberá do que eu estou falando. Também tem que ter muito cuidado. Não vá fazer, também, sua personagem fazer a penetração com uma força monstruosa, a não ser que você queira que ele vá parar no hospital com o membro torto.

Mini F.A.Q. sobre homossexualidade
Perguntas para ajudar na aplicação do tema em fanfics.

01 – Como eu posso retratar a descoberta do meu personagem? Ele pode escolher isso?
Do nada. Exatamente isso. É assim que acontece na vida real e representar isso em fics não seria problema. No entanto, atente-se a não errar no quão instantâneo isso pode ser, também não vai fazer a personagem ver alguém do mesmo sexo e BOOM, “virou” homossexual e aceita isso numa boa. Aceitar-se não é tão fácil assim. Além disso, você não precisa, necessariamente, usar outra pessoa para que sua personagem descubra a sexualidade; nem sempre isso é descoberto por ver pessoas. Além disso, não se prenda a idades, a descoberta pode acontecer em qualquer momento da vida de uma pessoa, mesmo que ela já esteja num casamento heterossexual, por exemplo.
Não, isso não é escolha. Nenhuma sexualidade, nem mesmo a heterossexualidade, é uma escolha. Pessoas podem escolher experimentar, mas não podem escolher ter (ou não) atração sexual. É por isso que não se trata de “opção sexual”, mas, sim, de “orientação sexual”.

02 – Como fazer uma personagem homossexual? (Esta pergunta vale também para todas as outras sexualidades)
Faça como uma personagem normal, com qualidades e defeitos, características físicas. Um nome! A sexualidade é só mais uma característica.

03 – Eu tive uma ideia muito legal para a minha fic: seria um rapaz que sofreu abuso quando era criança e, por isso, virou gay. Como posso fazer isso dar certo na fic?
Sem chances de dar certo. Abusos sexuais, maus relacionamentos com o sexo oposto e etc não justificam homossexualidade. Nesse caso, o enredo será preconceituoso e poderá afastar muitos leitores.

04 – Ouvi dizer que todas as lésbicas são amazonas feministas devoradoras de homens, achei isso muito legal. Posso criar uma personagem assim?
Criar uma personagem assim você até pode, mas não vá justificar sua ação pela sexualidade. Além disso, esse termo longo é outra atitude preconceituosa, já que feministas não odeiam homens, só lutam pelos mesmos direitos. Não faz sentido associar isso com a sexualidade nem usar esses termos como “amazonas” e “devoradoras”. Assim como na pergunta anterior, tratar-se-á de algo preconceituoso e que poderá afastará muitos leitores.

05 – Eu até tento tirar o pensamento de “seme machão” e “uke fêmea”, mas eu simplesmente não consigo imaginar o “uke” sendo o ativo. Como eu posso reverter a situação?
Tem coisas que as pessoas não precisam imaginar. Altura, comportamento e gostos não definem papel sexual. Além disso, papel sexual é apenas papel sexual (e às vezes eles revezam), não existe essa de “macho” e “fêmea” numa relação desse tipo. O motivo de tanto choque é por a sociedade estar acostumada com isso de homem e mulher, mas não tem nada de errado em o mais baixo ser ativo ou o mais “machinho” ser o passivo. Sexualidade não define pessoas e papel sexual não define nada. Como reverter? Simplesmente revertendo. Pode ficar feio aos olhos de alguns, mas estará respeitando a realidade mais do que nunca!

06 – Tem diferença entre “preconceito” e “homofobia”? Como encaixar ambos numa fic?
Sim, existe uma diferença. Digamos que toda homofobia é preconceito, mas nem todo preconceito é homofobia. Preconceito vem de “pré-conceito” e consiste em apontar, julgar sobre determinado assunto sem conhecê-lo e acabar falando algo errado. Já a homofobia é mais crítica, já envolve ódio sem sentido, que pode envolver exclusões e atos violentos, coisas do tipo “Eu te odeio só porque você é homossexual.”. Podemos ver essa diferença quando criamos estereótipos; eles fazem parte do preconceito (mas, no caso, criado pela ignorância no assunto mesmo), mas não é homofobia, pois não gera ódio.
Sobre encaixar isso numa fic, o preconceito vem no cotidiano, o melhor a se fazer é explorar os estereótipos mesmo, os velhos discursos e o fato da sociedade não estar acostumada com isso. Já a homofobia, se quiser colocar algo assim na sua história, vem da exclusão social ou até mesmo da violência ou assassinato.

07 – Li em algum lugar sobre “estupro corretivo”. O que isso significa? No que difere do “estupro comum”?
O tal do “estupro corretivo” são ações homofóbicas que consistem em estuprar homossexuais, a fim de tentar convertê-los para a heterossexualidade. É uma atitude primitiva e bastante humilhante. O “estupro comum” não possui esse ideal.

08 – Quando eu vejo coisas sobre esse assunto, eu vejo que uns falam “homossexualismo” e outros falam “homossexualidade”. Qual é o certo?
Sobre isso, uns dizem que “homossexualismo” está errado por se tratar de um sufixo que indica patologia. Até vale como uma interpretação, mas eu prefiro explicar da seguinte maneira: “-ismo” vem de “dogma, prática, característica”. Até aí vemos que não tem problema nenhum. No entanto, o “-idade” representa o quesito de “identidade”. Isso pode gerar uma confusão, mas é recomendável que se use o termo “heterossexualidade”, por se tratar de “sexualidade” (que envolve a atração, o afeto) e não “sexualismo” (que envolve apenas o sexo em si).

09 – O que os homossexuais têm de diferente dos heterossexuais fora a atração sexual?
Nada.

10 – Um heterossexual pode ter trejeitos?
Apesar de não ser comum, pode, sim. Um menino ser afeminado não é sinônimo de homossexualidade; existem meninos héteros afeminados. O mesmo vale para meninas mais masculinas. O único fator que indica homossexualidade é a atração mesmo, não há outras características que comprovem isso. Além disso, também há a possibilidade de homossexuais não terem trejeitos. Varia muito de pessoa para pessoa.

Conclusão

Frisando as coisas finais: sexualidade não define pessoas. Todos são comuns e possuem suas qualidades e defeitos normalmente, o que muda é só por quem elas sentem atração, certo? E o mais importante de tudo: não é só atração sexual, é amor também. Homossexuais amam e desejam relações duradouras como quaisquer tipos de pessoas que desejam algo romântico.

Bibliografia:
A minha pesquisa foi bem ampla, então colocar todos os sites que visitei ocuparia muito espaço (fora que grande parte veio da própria experiência e de outras pessoas que perguntei), então, para os interessados no assunto, recomendarei um site que aborda todo o tema de forma bem mais aberta:
Para quem quer algo mais específico e direto, este F.A.Q. é bem interessante:
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Sentimentos x Linguagem Corporal

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Por: Kill Joys
Perfil: http://fanfiction.com.br/u/89732/

             Ei, ei, ei, gente, tudo bem? Aqui é a KILL JOYS de novo! Não, eu não me canso de vir aqui conversar com vocês, HUESHUD. E hoje, em especial, vim falar com vocês sobre um assunto bem complicado: como conciliar os sentimentos da personagem com sua linguagem corporal.

            Primeiro, é importante entendermos o que é a linguagem corporal. Esse é um dos termos que todos nós temos um pouco de noção do que se trata, mas sem ter nada muito concreto. Por isso, vamos a algumas definições para tirarmos essa expressão do senso comum.

Linguagem corporal: linguagem não verbal, que abrange gestos, olhares, expressões faciais, postura e proximidade do locutor com o interlocutor. Todo o tipo de comunicação proposital ou intuitiva, que exprime algum pensamento ou traço de personalidade.

            Com isso, conseguimos perceber que quase tudo que fazemos no dia a dia, até mesmo sem perceber, faz parte da nossa linguagem corporal. Por isso, é preciso tomar extremo cuidado com as expressões que as nossas personagens fazem. Isso representa mais a personalidade do que as descrições.

            Por isso, o primeiro cuidado que devemos tomar é de pensar bem a personagem e suas cenas previamente, antes de escrevê-las. Ao definir bem os sentimentos de cada um e alguns detalhes do enredo, encontrar uma maneira de conciliar ambas as coisas é bem fácil. Acho que esse tema é difícil de entender sem um bom exemplo, não é mesmo? Então vamos a ele:

            Imagine que sua personagem é uma garota bem extrovertida, que acabou de chegar à escola nova. (Sim, sei, exemplo bem comum, mas é dos que mais ajudam na compreensão :3) Essa aluna é alegre, faz amizades rapidamente e é extremamente divertida.

            Se a primeira cena dela é na escola, fazendo sua apresentação para a turma a qual vai entrar, é importante que você demonstre pela expressão corporal um pouco da sua personalidade. Narre um sorriso alegre, uma voz melodiosa e movimentos leves, porém chamativos. Por ser uma pessoa extrovertida, faça-a encostar-se a alguém ao conversar, gesticular, caretas e falar alegremente.  

            A maior parte dos escritores, ao relacionar sentimentos e linguagem corporal, comete o erro de falar o que é que a personagem está pensando, as emoções e até mesmo a personalidade várias e várias vezes. Ao criar uma personagem apaixonada, por exemplo, você não precisa explicitar todas as vezes que ela está apaixonada. Alguns autores repetem essa informação sempre que a cena pedir, deixando a narrativa cansativa. O certo é incorporar aos poucos essas informações no texto, de modo a que o leitor consiga perceber os sentimentos por conta própria.

            Sendo assim, muitas frases como “ela estava completamente apaixonada e por isso não ficava com vergonha.” podem ser substituídas por uma linguagem corporal que exprime a mesma ideia, como “ela olhou para baixo, envergonhada, com o coração acelerado.”

            Pode parecer bobagem e detalhes minimalistas esse tipo de construção, mas acredite, isso ajuda a construir a personagem e a cena na cabeça do leitor. Fica mais fiel à realidade e é mais confortável prosseguir a leitura dessa maneira.

            Outra dica importante é perceber as pessoas à sua volta, como são as linguagens corporais delas e os sentimentos ou personalidade que elas passam com isso. É, um pouco esquisita essa dica, não? Mas acredite: funciona. Observar como as pessoas à sua volta agem é uma das atividades que os escritores costumam fazer, para dar mais verossimilhança à história. Até mesmo porque nada mais parecido com a realidade do que a própria realidade, certo? Por isso, prestem atenção na sua rotina, inclusive em si mesmos, para melhorar a construção das personagens.

            Claro, também vale a dica que a maioria dos professores e autores mais amam: leiam. Ler ajuda indescritivelmente a perceber como a linguagem corporal está completamente relacionada ao sentimento da personagem. Ler te faz enxergar o que um leitor precisa para compreender e participar da história em questão. Aos poucos, você vai usando de técnicas que absorveu na leitura na sua própria escrita, sem mesmo perceber.

            Conciliar os sentimentos e a linguagem corporal da personagem não é tão difícil quanto parece, se você prestar atenção e tiver cuidado ao fazer a construção da cena. É um assunto que requer carinho para se tratar sobre, mas não é nada impossível, certo?

            Qualquer dúvida, estamos à disposição.

            Até a próxima!



Fontes consultadas:





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Dicas para escrever suspense

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Por: Thammi Lima

É sabido que a melhor técnica para se aprender a escrever, independente do gênero, é escrever! Não existe um passo a passo que leve um autor a ir do nada ao tudo de uma só vez, e nem técnicas que se possam seguir para desenvolver toda uma história. A prática leva à perfeição. Então, treine bastante! Não se baseie apenas no que se encontra na internet. Leia sempre que puder, buscando livros que abordem o gênero com o qual você deseja trabalhar. E treine. Treine sua escrita, faça rascunhos, redações, aventure-se pelas diversas maneiras de apresentar uma história, pois dominando a arte de escrever, sua criatividade, com certeza, fará o resto.

Fixado isso na cabeça com um clip bem firme, vamos ao próximo passo. O que escrever? Por onde começar? Bom, qualquer escritor que se preze considera até mesmo o ambiente no qual está para se sentir inspirado para escrever. E, sim, muitos deles, para incorporar verdadeiramente o espírito do gênero abordado, levam muito a sério o lugar e a hora em que vão escrever. Se isso influencia no desenvolvimento do roteiro? Digamos que sim, principalmente para quem quer criar aquela super história cheia de mistérios, sustos e todo o pacote que vem incluso nesse tipo de gênero. Por isso, a tia Thammi trouxe algumas dicas valiosas para vocês que desejam enveredar pelos caminhos sombrios do suspense. Vamos lá!

1. AMBIENTE IDEAL PARA ESCREVER UM SUSPENSE

A. Histórias de suspense e terror, geralmente, estão ligadas a enredos sombrios, que provocam tensão e medo nos leitores. Criar esse tipo de cenário nem sempre é fácil. Para facilitar um pouco a vida do escritor de suspense ou terror, a dica é tentar, ao máximo, “mergulhar” no clima da história. Procure escrever à noite, se for possível, ou até de madrugada, com pouca luz e, de preferência, no silêncio.

B. Que tal uma música para arrepiar os pelos? Procure ouvir músicas instrumentais, caso goste. Sons de piano ou violino são sempre inspiradores e aguçam a imaginação de quem está buscando criar um enredo cheio de sustos.

C. Um bom suspense é muito bem desenvolvido, rico em vocabulário e detalhes. É esse conjunto que traz dinamismo à história e faz com que o leitor acompanhe tudo até o final. É claro que ninguém precisa decorar o dicionário, mas tê-lo sempre por perto enquanto escreve é uma dica válida. Assim, você pode variar as palavras que usa, optando por sinônimos sempre que possível, além de descobrir palavras novas e, dessa maneira, enriquecer sua história.

2. CENAS

A. Crie cenas em sua cabeça ou anote-as em um caderno específico para este fim. Aproveite a inspiração que você pode obter através de um seriado de suspense, um filme, música ou livros do gênero. 

B. Comece a descrever! Procure, antes de tudo, imaginar bem detalhadamente em que local vai criar a sua cena de suspense e descreva tudo em um caderno ou no computador. Leve em conta cada pedacinho do cenário e anote tudo, sempre que puder. Assim, você nunca vai perder em detalhes e sua história poderá ser imaginada por seus leitores da mesma maneira que você a imaginou.

C. Uma dica interessante é visualizar cenários enquanto escreve o seu. Dessa forma, você terá algumas referências de locais ou mesmo de detalhes que poderá incluir na sua própria criação. Você pode fazer isso utilizando alguma ferramenta de busca online, por exemplo.

D. Mesmo depois que a cena estiver pronta, você sempre terá em suas mãos o trunfo de voltar a ela uma segunda, terceira, quarta vez e inserir mais características para enriquecê-la. Se sua cena representa as reações de seu personagem mediante determinado acontecimento, explore bem os cinco sentidos, de forma a mostrar aos leitores o que se passa com ele dentro da cena. Vamos ver alguns exemplos:

Tato - “E suas mãos suavam dento dos bolsos do jeans, ainda que estivesse tão frio quanto era possível, lá fora...”.
Olfato - “Sentia no ar o cheiro acre da casa morta há tantos anos, largada à própria sorte naquela rua de ninguém...”.
Paladar - “A boca encheu-se de sangue, que derramava-se pelos cantos em direção à gola da camisa, o ferro e o sal misturando-se sobre a língua e embrulhando-lhe o estômago...”.
Visão - “Ao vislumbrar a silhueta da velha bruxa andando pelo mato alto, ocorreu-lhe o pensamento de fugir, como se fugir fosse possível. Mas não era. Os pés pareciam enraizados à terra...”
Audição - “Ouvi o assobio longo e lamurioso do vento passando pelas frestas das portas e janelas e me encolhi embaixo das cobertas. Um arrepio gelado correu por minha espinha, mas respirei fundo e tentei dormir apesar do medo...”.

E. Busque fazer alusões. Abuse delas em suas histórias de suspense, pois cai super bem! E para isso, não é preciso muito, basta pensar em coisas que assustariam você, oras! Vamos a alguns exemplos:

“As paredes da casa morta (ao invés de apenas “casa velha”) exibiam veias longas (ao invés de simples “rachaduras”), que avançavam até o teto descamado, onde se abriam em úlceras bolorentas (ao invés de apenas “buracos”), deixando à mostra o encanamento antigo e as vigas apodrecidas que sustentavam o telhado...”

F. Uma dica super válida é: leia livros de suspense e preste atenção em COMO os autores geram o suspense. Deixe o enredo de lado e analise mais minuciosamente as características das quais os autores fazem uso para causar o efeito desejado.

3. LUGARES TENEBROSOS. JÁ PENSOU EM ALGUM?

A. Onde se passa a sua história? Em um castelo assombrado, perdido em uma floresta escura? Ou quem sabe em uma casa abandonada? Quem sabe ainda em algum lugar inusitado, como dentro de um elevador parado? Muitos autores, para inovar a forma de escrever, optam por lugares inusitados ou por fazerem coisas diferentes para fugir dos clichês do suspense, como Stephen King, por exemplo, que em seu livro, Celular, usou um aparelho móvel destes para desencadear uma verdadeira epidemia “zumbi”.

4. SEU PERSONAGEM É UM MARICAS!

A. Não esconda de seus leitores o medo que seu personagem possa estar sentindo. Mostre a eles essa tensão! Faça-os sentir a mesma coisa, descrevendo, em detalhes, que medo é esse, tanto psicológica quanto fisicamente. Uma boa dica é: se coloque na história. Como você se sentiria?

B. Outra dica legal para expor o medo e a tensão em sua história de suspense é se basear em algo que aconteceu com você e que, por algum motivo, lhe deixou com muito medo ou muito tenso. Lembre-se de como se sentiu, qual foi a reação do seu corpo diante do medo, assim como a do seu organismo, e transfira isso ao seu personagem quando precisar.

C. Descrever cada passo de seu personagem não é tarefa fácil e sempre vai existir o perigo de deixar a cena monótona e desinteressante. Mas dominando bem a escrita, o caminho que seu personagem faz até chegar onde precisa pode ser uma grande e aterrorizante aventura aos seus leitores. Para isso, é preciso saber articular bem as palavras, brincar com elas, de modo que um simples “descer as escadas até o porão” se torne algo assustador e envolvente. Vamos a um exemplo?

“Mário não queria descer e se aventurar na escuridão que engolia o porão, mas sua mãe, Dona Ana, não aceitaria não como resposta. Então, puxando as calças e convencendo a si mesmo de que já era um menino crescido, lá se foi Mário, descendo degrau a degrau, permitindo-se ser engolido pela boca negra do velho porão de casa. E tremia. Como tremia! Quando os pés alcançaram o primeiro degrau e a madeira rangeu, Mário gritou, coitado, de medo...”

D. Abuse das “sensações”. Como seu personagem está se sentindo? Como o corpo dele está reagindo à tensão da cena?


OS VERDADEIROS CLICHÊS DO SUSPENSE

1. Nada mais clichê que...

Indicado por: Thammi Lima
Uma casa mal-assombrada no meio do nada.
Um apocalipse zumbi.

Indicado por: Inês Montenegro
Protagonistas de suspense costumam dar um aumento louco nas taxas de orfandade. Especialmente se depois da morte dos pais são obrigados a ir morar com um parente/amigo dos pais desconhecido, ou numa instituição.
Também temos a moça/o nova/o na cidade.

Indicado por: Daniela Silva
Acontecimentos estranhos que começam a acontecer na chegada de alguém ao colégio/cidade. E tem também sempre aquele em que a personagem começa a receber mensagens/ligações misteriosas.

Indicado por: Synk Syncronizadora
Igrejas.

Indicado por: Lady Salieri
Pessoas que param em casas abandonadas xD

Indicado por: Iamela Freitas
Um grupo de adolescentes viajando/acampando. E esse e um clichê que serve pra terror também. Alias, é um clichê que tem em todo gênero.

Indicado por: Aimi Emi Fullbuster Isamu
Assassinos serial killers.

Indicado por: Ledilson Souza
O amigo brincalhão some e todo mundo acha que é brincadeira dele.
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As imagens que servem de ilustração para o posts do blog foram encontradas mediante pesquisa no google.com e não visamos nenhum fim comercial com suas respectivas veiculações. Ainda assim, se estamos usando indevidamente uma imagem sua, envie-nos um e-mail que a retiraremos no mesmo instante. Feito com ♥ Lariz Santana